O governo do Reino Unido aprovou nesta quinta-feira (4) uma pílula contra a Covid-19. O medicamento molnupiravir, produzido pelas farmacêuticas MSD (Merck Sharp &Dohme) e Ridgeback Biotherapeutics, teve a primeira autorização mundial para ser utilizado contra a Covid-19.
A Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido autorizou o molnupiravir para o tratamento da Covid leve a moderada em adultos com teste diagnóstico de SARS-CoV-2 positivo e que apresentam pelo menos um fator de risco para o desenvolvimento de doença grave.
A autorização é baseada após resultados positivos de ensaios clínicos de fase 3, que avaliou o molnupiravir 800 mg duas vezes ao dia em pacientes adultos não hospitalizados e não vacinados com Covid-19 leve a moderada confirmada por exame laboratorial, início dos sintomas dentro de cinco dias da randomização do estudo e pelo menos um fator de risco associado a resultados ruins da doença (por exemplo, doença cardíaca, diabetes).
Os pedidos permanecem sob revisão por outras autoridades regulatórias, incluindo a Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, e a Agência Europeia de Medicamentos (EMA).
O Brasil se juntou a mais de 100 países para estudar a eficácia do remédio contra o coronavírus. A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) faz parte do estudo.
“A primeira autorização global do molnupiravir é uma grande conquista no legado singular da Merck de apresentar medicamentos e vacinas inovadores para enfrentar os maiores desafios de saúde do mundo. Em busca da missão inabalável da Merck de salvar e melhorar vidas, continuaremos avançando com rigor e urgência para levar o molnupiravir a pacientes em todo o mundo o mais rápido possível”, disse Robert M. Davis, CEO e presidente da MSD, em nota.
“Quando embarcamos na jornada para levar o molnupiravir de uma esperança a uma realidade, acreditamos que tínhamos a responsabilidade de nos mover o mais rápido e com segurança possível. Acreditamos que cada dia salvo pode salvar vidas e limitar doenças graves e as dificuldades globais desta pandemia ”, disse Wendy Holman, CEO da Ridgeback Biotherapeutics, em nota.
À CNN, a pneumologista e pesquisadora da Fiocruz, Margareth Dalcolmo, responsável pelo estudo no Brasil, diz que o medicamento será uma espécie de “ponto de virada” no combate à Covid-19. Mas lembra: o remédio não substitui a vacina.
Com os resultados concretizados e a aprovação dada para a utilização em massa em todo o mundo, diz Dalcolmo, teremos efetivamente um tratamento precoce contra o coronavírus.
Fonte: CNN