Bem para quem mesmo? Para aquele ou aquela que a compra? Para quem vende? Ou somente para o ganhador do belo pacote? Certamente para todos porque cada um terá sua vantagem. Por um lado, a vendedora, ou o vendedor, que fica feliz da vida quando consegue fazer um embrulho dizendo que deu um bom desconto, o qual, na verdade, é só de fachada, tudo de mentirinha. Por outo, o presenteador, que, com certeza, tem convicção da garantia de sua compra, não apenas do presente, mas em especial do que tem em vista – um cargo, uma troca de favores, enfim, uma gentileza. E por que não? Já o receptor, pessoa gentil e elegante por excelência, evidentemente recebe seu privilégio. Jamais seria descortês com alguém que lhe estivesse propondo um momento de felicidade, uma chance de alimentar o ego e a vaidade. Então, tudo certo, dentro dos conformes. Todos ganham uma bela fatia do bolo.
É preciso que seja uma embalagem muito bem feita, de encher os olhos. Mas cuidado nessa hora é essencial, pois, apriori, ninguém além do vendedor (homem também exerce a dita função, e alguns até melhor que as mulheres), precisa ficar sabendo. Afinal de contas, pra que tomar conhecimento de algo tão sigiloso? Essas coisas nunca devem ser partilhadas com terceiros. Se alguém assim o fizer, de repente tudo pode ir por água abaixo. E já era segredo! Sem contar que há o grande perigo de outro interesseiro qualquer passar a perna [1] e comer o bolo primeiro. Mas, apesar de tudo, ainda fico confuso, numa dúvida danada: será que isso é mesmo possível? Digo porque, em particular, vejo que a honestidade é o valor mais praticados no mundo inteiro. Por exemplo, preservo amigos que, além de terem onomofobia [2], se desesperando pela perda da conexão, não conseguem deixar de passar adiante qualquer mensagem que recebem, e sempre me dizem que manter as pessoas bem informadas é uma obrigação nossa e exemplo de honestidade. Também acho, mas não disponho de tempo para tal magnitude. Admiro quem possui uma habilidade tão grandiosa como essa, um modelo de generosidade. Eles dizem que vivem presenteando mesmo que não conhecem, e sem tirar proveito. São exímios cultivadores da paz mundial, igual ao criativo profissional que usufrui de espírito solidário e vive agradecendo aos chefes por sua nobre elegância, mantendo-o na empresa através dos mais singelos pacotes e enfeites delicados, escondidos dos demais companheiros de jornada. Competência, compromisso, doação não é para qualquer um. Apenas para quem é capaz de beijar os pés do patrão! E sempre se lembrar de alegrar seu dia. Pois, como diz o bom costume: uma lembrancinha faz bem.
[1] Passa a perna: Enganar, ludibriar, mentir, escarnecer, iludir, lograr. In: https://www.dicionarioinformal.com.br.
[1] Onomofobia: Medo irracional de não poder o usar o aparelho celular devido a motivos como ausência de sinal e término do pacote de dados ou da carga da bateria. In: https://www.vittude.com.
Texto: Mazé Maurício
Nao goste adorei❤❤❤❤❤❤❤