O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, afirmou nesta quarta-feira que a Polícia Militar da Bahia vai ter que explicar a morte do miliciano Adriano da Nóbrega. Moro, que participa de uma audiência na Câmara dos Deputados, foi questionado sobre por que o nome do ex-policial militar não constava na lista dos mais procurados divulgadas no fim de janeiro pela pasta.
Ao responder a pergunta, do deputado Paulo Teixeira (PT-SP), o ministro minimizou a questão e responsabilizou a PM da Bahia pelo caso.
“Essa questão da lista é uma questão falsa. Na verdade, não é uma lista de todos os procurados, é uma lista dos mais procurados. E na avaliação técnica que foi feita, essa pessoa específica não entrou. Se vê que sequer foi necessário, porque ela foi encontrada, poucos dias depois, pela polícia da Bahia. E lamentavelmente, as circunstâncias vão ser esclarecidas pela polícia daquele Estado, da Bahia, [ele] acabou sendo vitimado”, disse o ministro.
Esta foi a primeira vez que o ministro falou sobre o caso. Nóbrega é citado na investigação que apura a prática de “rachadinha” no antigo gabinete do senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). O senador também se manifestou nesta quarta, pedindo que seja impedida a cremação do corpo do miliciano e que o fato seja elucidado.
Após a resposta do ministro, o deputado Henrique Fontana (PT-RS) pediu para que Fabrício Queiroz, envolvido no mesmo caso do gabinete de Flávio, seja colocado no programa de proteção de testemunha. “Nós queremos ouvir o que o Queiroz sabe sobre a rachadinha”, disse.
Moro também rebateu a acusação de que o ex-PM estaria recebendo proteção por ter relações com a família do presidente Jair Bolsonaro e chegou a dizer que Nóbrega foi “assassinado”, pela “polícia de um Estado administrado pelo Partido dos Trabalhadores”.
O ministro voltou a afirmar que “quem ter que prestar esclarecimentos” é a polícia da Bahia. “Mas ninguém estava protegendo, tanto que essa pessoa foi encontrada”, disse.
Fonte: PL