Sempre digo, em conversas informais, que Catu é uma cidade privilegiada. Sua localização estratégica, as atividades econômicas diversificadas, o clima favorável e a força de trabalho do seu povo são diferenciais notáveis.
Catu está situada no coração de uma região economicamente forte. Próxima de Alagoinhas e da BR-101, vizinha de Pojuca e de uma das maiores empresas de metalurgia do Brasil, também está perto de um dos primeiros e mais amplos polos petroquímicos do país. Sua localização é favorecida por acessos à BR-110, que conecta a BR-324 e o Recôncavo Baiano, além da proximidade com Salvador e com as belas praias do Litoral Norte.
A cidade também possui um clima abundante em chuvas, terras férteis e um potencial incrível para diferentes atividades do setor primário, além de contar com o Instituto Federal Baiano que forma jovens para atuarem em setores primários, secundários e de serviços.
Apesar de um início tímido na silvicultura, a região possui grande potencial para transformar propriedades improdutivas em modelos sustentáveis de produção integrada. Já na indústria do petróleo, Catu ostenta uma posição de destaque. Temos uma tradição consolidada e uma das melhores, senão a melhor, mão de obra do Brasil nesse setor. Falo isso com a confiança de quem vê conterrâneos brilhando em projetos petrolíferos por todo o país e no exterior.
Destaco também a importância das empresas que são motores do nosso desenvolvimento. Algumas multinacionais, outras filhas da terra, mas todas com um papel relevante para a economia de Catu e região, como Perbras, PetroRecôncavo, Conterp, SLB, Halliburton, Baker Hughes e outras não menos importantes.
Diante desse cenário tão promissor, surge uma pergunta que não quer calar: o que falta para nós? Até quando vamos fechar os olhos para as oportunidades que batem à nossa porta?
É fundamental que o poder público esteja atento a esse momento, tenha ciência da importância de aproveitar essas oportunidades e atue para criar condições favoráveis ao desenvolvimento das empresas da iniciativa privada. Isso inclui investimentos em infraestrutura pública, foco na modernização da gestão para desburocratizar e baratear os processos relacionados às atividades econômicas, além de investir na formação de pessoal qualificado. Essas ações, em conjunto, podem gerar um ciclo virtuoso de crescimento, que impactará positivamente na qualidade de vida da população de Catu.
Reconheço os avanços, como o crescimento da silvicultura, mas acredito que ainda é pouco diante do potencial de transformação que essa atividade pode trazer para nossa economia. Quanto ao petróleo, nossa principal vocação econômica, estamos novamente vivendo um momento de ascensão do setor.
Como cidadão apaixonado por minha cidade, não posso deixar de refletir: estamos prontos para aproveitar esse novo ciclo de crescimento?
Vejo que é urgente que o poder público, as associações comerciais, as entidades de classe e a sociedade como um todo se unam em um esforço conjunto. Precisamos de um comitê que planeje como a cidade pode se beneficiar dessa oportunidade, fomentando o crescimento das empresas locais, atraindo novos negócios e fortalecendo o comércio e os serviços. É hora de pensar em estratégias concretas para diversificar nossa matriz econômica e garantir que o impacto positivo desse momento se perpetue.
Sei que minha área é a tecnologia, e aqui me posiciono como um sonhador e entusiasta. Não tenho expertise no setor petrolífero, mas acredito no poder do debate e da ação coletiva. Precisamos ampliar essa conversa, trazer especialistas e, acima de tudo, agir.
Uma coisa é certa: não podemos perder mais uma oportunidade para crescermos e transformarmos Catu em uma cidade mais forte e sustentável.