De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) já foram diagnosticadas quatro mortes de crianças com Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), doença que costuma surgir depois de cinco a três semanas que crianças e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram infectados com a Covid-19. A quarta vítima da síndrome rara foi uma bebezinha de 1 ano, residente na cidade de Ubatã. Embora o óbito tenha ocorrido em 22 de março, só agora foi divulgado pela Sesab.
Contrário da ideia que muitas pessoas tinham no início da pandemia, o coronavírus afeta gravemente crianças, adolescentes e demais grupos mais jovens. Os casos começaram a surgir quando diagnósticos apontaram a doença com sintomas graves, depois de semanas que a criança foi infectada com a Covid-19.
“É uma doença causada por uma inflamação intensa do organismo. Ela é parecida com a Doença de Kawasaki, compartilham a mesma manifestação clínica e forma de tratamento, mas tem algumas diferenças. A SIM-P tem possibilidade maior de casos graves e é ligada à infecção pelo coronavírus. A criança pode precisar ser internada em um leito de UTI, que oferece um suporte melhor para lidar com todos os sintomas”, explica a infectopediatra Maria Claudia Luz, que faz parte da Sociedade Baiana de Pediatria (Sobape).
“Não sabemos ainda por que a SIM-P atinge esse público mais novo. Não sabemos os critérios exatos de definição da doença e precisamos de um estudo sobre a eficácia das terapias que estamos usando. Também precisamos estudar ainda se essas mutações de novas cepas alteram a gravidade da síndrome”, ressalta Vivian Botelho, pediatra intensivista do Hospital Couto Maia.