Com aluguel, conta de água e luz atrasadas, Edson Bicudo, 57, tem sobrevivido com dificuldades desde o início da pandemia. Até em depressão ele entrou. Técnico de som há mais de 40 anos, Edson se viu sem condições de pagar os boletos. Carne virou artigo de luxo pela casa.
“Não cheguei a passar fome, como aconteceu com alguns colegas, mas aquela vida de comprar carne não tem mais, nem a lata de Nescau, que tá hoje R$ 8, R$ 9 reais no mercado. Natal e Réveillon foi aquele negócio bem xoxo. Foi uma mudança terrível para a gente”, relata Bicudo, que já operou shows de Ivete Sangalo, Asa de Águia, É o Tchan, Banda Eva e Daniela Mercury.
Em outros carnavais, ele chegou a faturar cerca de R$ 15 a 20 mil em uma só semana. Agora, as contas só estão no vermelho. Mas, a perspectiva é de melhora, com o anúncio da prefeitura de Salvador do auxílio de R$ 1.100 específico para os trabalhadores de cultura e eventos, os mais afetados da pandemia. Até então, eles não puderam voltar às atividades como aconteceu com outros setores no último ano.
Os detalhes da inciativa foram apresentados nesta quinta (25) em coletiva virtual pelo prefeito Bruno Reis, acompanhado da vice-prefeita e secretária de Governo (Segov), Ana Paula Matos, e titulares das pastas envolvidas na iniciativa. “O segmento cultural foi o mais impactado, sendo o único que em nenhum momento voltou nesse um ano de pandemia, por conta de suas características de funcionamento”, explicou o chefe do Executivo municipal. Ele acrescentou que o projeto de lei que institui o SOS Cultura já foi encaminhado para a Câmara de Vereadores, que aprovou a iniciativa por unanimidade em sessão realizada na quinta (25) pela manhã.
Correio*