A subprocuradora-geral Lindôra Araújo denunciou nesta segunda-feira, 14, o governador afastado do Rio Wilson Witzel (PSC) por integrar organização criminosa que desviava recursos públicos do Estado. A primeira-dama Helena Witzel e o presidente do PSC Pastor Everaldo também foram denunciados junto de outras nove pessoas.
A denúncia se baseia nos resultados das operações Favorito, Placebo e Tris in Idem, que miraram esquema de desvio de verbas semelhante ao conduzido nas gestões de Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão, ambos presos pela Lava Jato.
Segundo a Procuradoria, Witzel e Pastor Everaldo participavam do “núcleo político” da organização, e tinham participação ativa nos crimes conduzidos pelo grupo. O governador afastado é acusado de lotear recursos públicos para receber propinas, que eram lavadas por meio do escritório de advocacia da primeira-dama, Helena.
“A organização criminosa chefiada por Wilson Witzel é lastreada em três principais pilares, liderados por Mário Peixoto; Pastor Everaldo, Edson Torres e Victor Hugo; José Carlos de Melo”, apontou Lindôra.
É a segunda ação penal movida pelo Ministério Público Federal contra o governador afastado – a primeira mira propinas de R$ 554 mil. Em nota, Witzel classificou as acusações como “mentiras” e negou participação em irregularidades. “Todo o meu patrimônio se resume à minha casa, no Grajaú, não tendo qualquer sinal exterior de riqueza que minimamente possa corroborar essa mentira”, afirmou.
O “núcleo econômico” seria formado por empresários com interesses em contratos públicos, que ofereciam propinas ao núcleo político em troca de melhores licitações. O grupo inclui Edson Torres e Victor Hugo, apontados como operadores de Pastor Everaldo, o ex-prefeito de Volta Redonda Gothardo Neto, e os empresários Mário Peixoto, preso pela Lava Jato, e José Carlos de Melo.
IstoÉ