A vacina chinesa contra o novo coronavírus, chamada de CoronaVac, começará a ser testada em voluntários brasileiros a partir de amanhã (20). A vacina será aplicada em 890 voluntários da área da saúde do Hospital das Clínicas, na capital paulista.
A vacina é aplicada em duas doses. A primeira delas começa a ser aplicada amanhã. A outra dose será aplicada após 14 dias. Os pesquisadores do Hospital das Clínicas vão analisar os voluntários em consultas que são agendadas a cada duas semanas. A estimativa é concluir todo o estudo da fase 3 de testes em até 90 dias.
Ao todo, os testes com a CoronaVac serão realizados em nove mil voluntários em centros de pesquisas de seis estados brasileiros: São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná. A pesquisa clínica será coordenada pelo Instituto Butantan e o custo da testagem é de R$ 85 milhões, custeados pelo governo.
Os testes serão acompanhados por uma comissão de pesquisadores internacionais, que terão acesso à plataforma científica para observar o andamento e garantir transparência em todo o processo.
Caso seja comprovado o sucesso da vacina, ela começará a ser produzida pelo Instituto Butantan a partir do início do ano que vem, com mais de 120 milhões de doses, o suficiente para vacinar cerca de 60 milhões de brasileiros.
“A partir do fechamento do estudo, que deve acontecer em setembro, entramos na fase de acompanhamento, que é muito contínua. A qualquer momento, a partir daí, poderemos ter a abertura parcial do estudo que indique a sua eficácia. Se esse estudo for concluído antes do final deste ano – e essa é uma expectativa real – poderemos ter essa vacina disponível para a população brasileira já no início do próximo ano”, disse Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan.
Segundo o governador de São Paulo, João Doria, a vacina, caso seja aprovada, será destinada a todos os brasileiros. “Isso será feito através do Sistema Único de Saúde, universal e gratuito a todos os brasileiros. O Instituto Butantan terá todo o domínio da tecnologia. É isto que prevê o acordo com o laboratório Sinovac.”
As doses da vacina chegaram nesta madrugada no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Esta vacina contra o coronavírus é desenvolvida pela Sinovac, sediada na China, e tem parceria com o Instituto Butantan. A carga inicial com 20 mil doses da vacina está aguardando liberação pela alfândega. Depois disso, o medicamento será inspecionado na sede do instituto. Em seguida, será distribuída aos 12 centros de pesquisa que serão responsáveis pelo recrutamento, aplicação e acompanhamento dos voluntários.
“Hoje é um momento histórico para a ciência brasileira. Chegaram em São Paulo, nesta madrugada, 20 mil doses da vacina CoronaVac, e agora elas seguem para a sede do Instituto Butantan. E a partir de amanhã, começam a ser testadas”, falou Doria.