A Armênia e o Azerbaijão acusam-se de terem quebrado uma “trégua humanitária” apenas poucas horas depois de ter entrado em vigor na disputada região de Nagorno-Karabakh. Esta região montanhosa, no sul do Cáucaso, está no centro do conflito entre a Armênia e o Azerbaijão, tendo sido intensificado no fim de setembro com avanços armados por parte dos dois Estados na tentativa de incorporar a região nas respectivas fronteiras
A “trégua humanitária” foi acertada neste sábado (17) e entrou em vigor a partir da meia-noite, depois de um cessar-fogo mediado pela Rússia há uma semana não ter conseguido travar o conflito que dura mais de 30 anos.
No entanto, a porta-voz do Ministério da Defesa armênio, Shushan Stepanyan, anunciou no Twitter que o Azerbaijão quebrou o acordo apenas quatro minutos após a entrada em vigor: “O inimigo disparou artilharia na direção Norte, entre as 0h04 e as 2h45 [21h04 e 23h45 de sábado em Lisboa] e lançou mísseis em direção ao Sul entre as 2h20 e as 2h45 [23h20 e 23h45 de sábado em Portugal continental]”. O Ministério da Defesa disse ainda que tomará todas as “medidas necessárias” para chegar a um cessar-fogo e formas de o aplicar na área.
Mais tarde, o Azerbaijão também acusou a Armênia de quebrar a trégua. “O inimigo disparou nas proximidades da cidade de Jabrail, bem como nas aldeias dessa região, usando morteiros e artilharia”, disse o Ministério da Defesa do Azerbaijão, acrescentando que o Exército “tomou medidas de retaliação adequadas”. “Há vítimas e feridos de ambos os lados”, disseram as autoridades em Nagorno-Karabakh.
Ontem, o Azerbaijão já tinha acusado a Armênia de atacar Ganja, a sua segunda maior cidade, com um míssil balístico que matou pelo menos 13 civis e feriu 50. Cerca de 20 prédios residenciais ficaram destruídos e as autoridades passaram horas a procurar vítimas e sobreviventes entre os escombros. Ganja já tinha sido atingida no domingo passado por um míssil, que matou dez pessoas e deixou mais de 30 feridos.
Agência Brasil